Paróquia de São Tiago de Piães

Igreja Paroquial de São Tiago de Piães

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  1. Piães – Origem do Nome

Deriva de “Pelagius”, nome dum possessor romano, que se fixou à respectiva terra, com a seguinte evolução: “Pelagiones”, “Pelaiones”, “Peiões”, “Piões”, “Piães”.

No séc. XI doação feita por Anserico, presbítero, a Diogo Cides e sua esposa Tequilo, lê-se:

“por isso agora agradou-me a mim, sobredito Anserico, por boa paz e vontade, para fazer a ti Diogo Cides e tua esposa Tequilo carta de doação das minhas heranças (propriedades), quer de compra como também de parentes e avós chamados Ansemodo e Senteiro, na vila que chamam Cosconhe e Piães casal de Tia Dona e em Antemir… jazem as referidas heranças (propriedades) no território de Montemuro próximo do castro de Sanfins discurrente no rio Douro” (De “Portugaliae Monumenta Historica”, “Diplomata et Chartae” doc.613 de 1083).

“Pelaiones” repete-se ainda no sec. XI, doação de Fernando Jeremias ao mosteiro de Alpendorada da sua oitava parte do padroado da igreja paroquial. (pág. 405)

 

  1. Egas Moniz de Cosconhe

Paços, perto de Cosconhe era solar da família dos “Gascos” de Ribadouro, de que foi personagem de maior relevo D. Egas Moniz, o aio de El-Rei D. Afonso Henriques.

Aqui teria nascido D. Egas Moniz por volta do ano 1080. Casou com Dona Teresa Afonso, senhora de raras virtudes, filha do Conde D. Afonso, das Astúrias, cerca de 1110.

Que D. Egas Moniz vivia nos seus paços de Cosconhe no ano de 1120, há um documento que o comprova: “Et devenimus inde in Crsconi ante domino Egas Moniz”. (“Documentos Medievais Portugueses”, nº126 de 18 de Março de 1120) o que quer dizer: “E dirigimo-nos depois a Cosconhe à presença do Senhor Egas Moniz”.

Pelos anos trinta D. Egas Moniz de Cosconhe recebeu do Infante D. Afonso Henriques a “Honra de Resende” e múltiplas honras.

Senhor de grande estatura faleceu a 3 de agosto de 1146. Sepultaram-se os restos mortais no mosteiro de Paço de Sousa (Penafiel) em túmulo próprio. (págs. 409-410)

 

  1. Afonso Henriques

Aos três anos de idade os pais do Infante Afonso Henriques entregaram-no ao ínclito (ilustre) varão de Ribadouro, D. Egas Moniz (em 1112?).

Perante uma paisagem tão entusiástica, de policromia tão atraente, terra de rara beleza, D. Afonso Henriques amou-a como se fosse sua. (pág. 411).

(Informação retirada de Monterey, Guido de (2001) Cinfães - freguesias do nosso encanto, 3º volume, Rio Tinto: Gráfica Clarete)

 

  1. Igreja Matriz

No “Livro da Fundação do Mosteiro de Salzedas”, publicado como apenso às “Memórias de Mondim da Beira”, por J. Leite de Vasconcelos, lê-se na pagina 14:

            “E a mesma Senhora D. Tareja (viúva de Egas Moniz), «com seus filhos e netos, fez doação ao mesmo Abade» (do mosteiro de Salzedas), D. Martinho de hua boa pesqueira no rio Douro que «estaa na freguezia da Sanctiago de Piães concelho de Sanfins», na «era de Cesar mil duzentos e outo que he de Christo mil e cento e settenta, que se cha no Liuro das Doações, fls…, que oje ainda «possue este Mosteiro»…”

 

Vê-se, pois que a Igreja de Piães já existia em 1087. Portanto, antes da fundação da Monarquia Portuguesa. A primitiva igreja seria românica e em 1775 estava muito arruinada, sendo substituída pela atual em 1792 *(pág. 151). O Bispo da Diocese de Lamego, D. Manuel de Vasconcelos Pereira, veio em visita a esta freguesia em 28 de maio de 1775 e escreveu no “Livro das Visitações” da Igreja a seguinte nota:

“Vimos a ruina e a antiguidade desta igreja, que não promete muita duração, além da sua pequenez para uma freguesia tão populosa, como esta, que não cabe metade dos seus moradores nela, pelo que lembramos aos paroquianos desta freguesia que se disponham voluntariamente a quererem concorrer para a edificação de uma nova igreja”.

Este Bispo faleceu a 29 de Janeiro de 1786 e as obras ainda não tinham iniciado. O Prelado que lhe sucedeu D. João António Binet Pincio, veio a visita a esta freguesia a 28 de abril de 1788 e reforçou a recomendação do seu antecessor, deixando no mesmo “livro das Visitações”, da Igreja, a seguinte nota:

«Com bastante mágoa Nossa, achamos esta igreja, não só ameaçando total ruína, mas sem a decência necessária para o culto divino, portanto mandamos que a este respeito se cumpra a visita do Nosso Ex.mo Antecessor.»

A 29 de agosto de 1792, já o mesmo Prelado expedia ao Abade de Piães, que então era o Reverendo Bernardo José Teixeira, uma Provisão, para que este sacerdote fizesse a bênção do altar-mor da nova Igreja e transportasse da antiga Igreja Colegiada para o Sacrário da que acabava de ser construída, o Santíssimo Sacramento da Eucaristia, em procissão; e ainda, que benzesse as imagens e paramentos.

Em virtude desta Provisão, foi benzida, pelo Reverendo Abade, a capela-mor da nova Igreja de Piães e seu altar, no dia 16 de setembro de 1792 com a assistência de muitos clérigos e grande concurso de povo; e, no mesmo dia, se transportou da Igreja velha para o Tabernáculo da nova, o Santíssimo Sacramento da Eucaristia, com toda a solenidade (págs 151-152 da referida Monografia).

 

*Bravo, Manuel de Castro Pinto – Monografia do extinto concelho de Sanfins da Beira, Edição da Câmara Municipal de Cinfães, 1997.

 

Em 2016 sob orientação do pároco, Pe. Vítor José Taveira Pinto, pintou-se a igreja paroquial e colocou-se o telhado na mesma. Em 2022 foram pintados e dourados os púlpitos, o para-vento e colocadas imagens dos evangelistas no teto da capela mor.